Autores: Carlos Sameiro e Liliana
Ilustração: Nair aluna da E.B.1 de Gervide, V.N.Gaia
Era uma vez uma história que, por ser história, é igual às outras histórias.
Numa linda manhã de Primavera, o fantasma Gildo acordou muito bem disposto. Apesar de Gildo ser um fantasma, não é assustador, pelo contrário, é muito encantador. O fantasma Gildo mora numa casa que, apesar de ser a casa de um fantasma, não é assustadora... É muito encantadora.
Gildo tem uma amiga especial, é a fantasminha Estrelinha. Estrelinha é simpática e divertida, mas nessa manhã acordou aborrecida. Sem perder tempo, a fantasminha Estrelinha foi a casa de Gildo.
-Gildo...Gildo...
Gildo apareceu.
-Bom dia, Estrelinha!
-Bom dia, Gildo -disse em tom triste Estrelinha.
Gildo reparou, que algo não estava bem. Estrelinha acordava sempre bem disposta. Gildo queria saber o motivo da tristeza de Estrelinha.
-O que se passa Estrelinha?
-Bem... É que hoje acordei e não tinha o meu arco-íris.
-Hum... O teu arco-íris?
-Sim, o meu arco-íris.
Como era possível alguém ter um arco-íris e deixá-lo desaparecer, mas numa história tudo pode acontecer.
Gildo, como melhor amigo de Estrelinha, tinha que ajudá-la e depressa. Pensou e pensou... Até que surgiu uma ideia. Quem poderia ajudar Estrelinha era o seu avô, o fantasma Gustavo.
-Já sei, Estrelinha!
-sabes o quê? Estrelinha perguntou:
-É claro Estrelinha, quem poderá ajudar-te é o meu avô.
O avô de Gildo sabia muita coisa, mas seria ele capaz de ajudar Estrelinha a encontrar o seu arco-íris?
-Tens a certeza que... O teu avô Gustavo vai ajudar-me a encontrar o meu arco-íris?
-Tenho, Estrelinha, anda não vamos perder mais tempo.
Gildo e Estrelinha foram até a casa do fantasma Gustavo.
Gustavo estava a regar o jardim de sua casa. Tinha um jardim muito florido e na Primavera, as flores têm mais encanto.
-Olá, avô!
-Olá, meus amigos! Entrem, estejam à vontade.
Gustavo parou de regar; queria saber o motivo da visita.
-Gildo, a que devo a honra desta visita?
Gildo e Estrelinha estavam impacientes. Gildo começou a explicar a razão da visita.
-Bem, avô, é que a Estrelinha hoje acordou e não encontrou o seu arco-íris.
Gustavo achou estranho. Como era possível alguém ter um arco-íris e deixá-lo desaparecer. Gustavo, como era muito curioso, gostava de compreender tudo. Realmente o desaparecimento do arco-íris de Estrelinha deixara-o a pensar, então teve uma ideia.
-Meus amigos... Sei como posso ajudá-los a encontrar o arco-íris.
Gustavo tinha um amigo chamado Papi. Ele era um antigo vendedor de gelados e de guloseimas, que encontrava tudo o que se perdia.
Os três, sem perder tempo, foram a casa de Papi. Chegaram a casa de Papi e logo se fizeram anunciar.
-Papi estás em casa, sou eu... O Gustavo...
Papi apareceu e disse:
- Quanta honra em recebê-los!
Gustavo começou por explicar a razão daquela visita, o misterioso desaparecimento do arco-íris de Estrelinha. E como Estrelinha era a melhor amiga do seu neto, ele queria ajudá-los a encontrar o arco-íris.
- A Estrelinha perdeu um arco-íris? Papi ficou a pensar... Seria possível alguém perder um arco-íris?
A verdade, é que nesta história alguém perdera um arco-íris.
Papi não iria deixar ficar mal um amigo, e os amigos são para os momentos menos bons. Papi precisava da ajuda do seu cão, o Pipocas. Pipocas era um cão que tinha um faro muito apurado e encontrava tudo o que se perdia... Quase tudo. Os cinco foram procurar o arco-íris.
Pelo caminho encontraram uma arca. Essa arca era guardada por um soldado. O soldado era o Pantaleão, que em tempos tinha sido um valente e corajoso soldado do seu reino. Que guardava aquela arca? Moedas de ouro?Jóias? Presentes? É que uma arca guarda sempre algo valioso. Será que esta guardava alguma coisa especial?
Pipocas começou por farejar junto da arca, farejou e farejou...
-Esperem! Parece que ele farejou algo e vem da arca! Papi estava curioso.
Na realidade Pipocas farejara o verde... o anil... Eram as cores do arco-íris, sim! Era o arco-íris de Estrelinha.
Mas como foi possível o arco-íris estar na arca defendida por Pantaleão? Era mesmo possível. Pantaleão guardava tudo o que se perdia na arca para depois entregar aos seus donos.
O arco-íris de Estrelinha, em toda a história, sempre estivera guardado na arca de Pantaleão.
E quando se tem assim amigos, tudo o que perdemos conseguimos encontrar... Nem que seja um bela amizade.
